Ingredientes:
-Três ou mais canecas de cerveja
-Uma pitada do proibido
-Uma colher de sopa de excitação
-Loucura a gosto
Misture tudo e acrescente uma boa música, como “Puro êxtase”. Não precisa levar ao forno, essa iguaria é para ser apreciada gelada. O calor é uma das conseqüências de sua ingestão.
Tão saboroso quanto o real, o CHOCOLATE que criamos naquele dia adquiriu um sabor que, até então, o meu paladar não havia provado.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Helena de Esparta
Mergulhei a fundo no livro "Helena de Tróia" e cheguei a seguinte conclusão: Afrodite não me abençoou com os seus dons. Para aqueles que não a conhecem, trata-se da deusa do amor, dos prazeres e da beleza. Ela é invocada por todos os casais que desejam se amar ardentemente. Por favor, não a confundam com uma deusa devassa ou promiscua. Seus encantos ultrapassam a racionalidade para atingirem, exatamente, o âmbito do sentimento puro em sua essência.
Enfim, essa associação se deu em razão de Helena, antes de conhecer Páris, ter tudo que qualquer moça deseja- beleza, família, status social, filha e, principalmente, uma marido que a amava. Porém, mesmo em sua intimidade, ela não se sentia plena com o seu parceiro. Invocava à Afrodite que a glorificasse para, assim, tornar-se inteiramente feliz. Afinal, de que serve a união de dois corpos se não para ambos se amarem por igual? Esse é o real objetivo da fusão dos enamorados: granjear o prazer mútuo, como uma única unidade em sua totalidade.
É claro que eu não tenho a beleza de Helena, capaz de destruir exércitos e cidades, contudo sou capaz de conquistar alguns territórios e tomá-los em meu domínio. Mas, qual a utilidade de dar-se por inteira quando, em troca, se tem apenas uma terra nada fértil? Ora, não lhe rende frutos, então para que continuar a investir nela? Assim, parto para outros campos ainda não explorados na esperança de conseguir algum lucro. No fim, acabo como um andarilho sem rumo e completamente desesperado!
Tenho total consciência de que não sou a única "Helena de Esparta" do séc. XXI, até porque já foi provado que a maioria das mulheres sofre desse mesmo mal. Porém, insisto em invocar a deusa do deleite, do gozo, um simples e efêmero momento de sua potência, para que eu continue a crer em seus poderes e na sua existência. Acreditar na razão da união de duas pessoas. Acreditar no amor.
Enquanto ela não chega a meus cômodos, me quedo a sonhar com Páris e as suas consequências: cavalos de tróia, mortes, paixões avassaladoras e escolhas imprudentes cegadas pelo véu do contentamento. Permaneço apenas como "Helena de Esparta"
Enfim, essa associação se deu em razão de Helena, antes de conhecer Páris, ter tudo que qualquer moça deseja- beleza, família, status social, filha e, principalmente, uma marido que a amava. Porém, mesmo em sua intimidade, ela não se sentia plena com o seu parceiro. Invocava à Afrodite que a glorificasse para, assim, tornar-se inteiramente feliz. Afinal, de que serve a união de dois corpos se não para ambos se amarem por igual? Esse é o real objetivo da fusão dos enamorados: granjear o prazer mútuo, como uma única unidade em sua totalidade.
É claro que eu não tenho a beleza de Helena, capaz de destruir exércitos e cidades, contudo sou capaz de conquistar alguns territórios e tomá-los em meu domínio. Mas, qual a utilidade de dar-se por inteira quando, em troca, se tem apenas uma terra nada fértil? Ora, não lhe rende frutos, então para que continuar a investir nela? Assim, parto para outros campos ainda não explorados na esperança de conseguir algum lucro. No fim, acabo como um andarilho sem rumo e completamente desesperado!
Tenho total consciência de que não sou a única "Helena de Esparta" do séc. XXI, até porque já foi provado que a maioria das mulheres sofre desse mesmo mal. Porém, insisto em invocar a deusa do deleite, do gozo, um simples e efêmero momento de sua potência, para que eu continue a crer em seus poderes e na sua existência. Acreditar na razão da união de duas pessoas. Acreditar no amor.
Enquanto ela não chega a meus cômodos, me quedo a sonhar com Páris e as suas consequências: cavalos de tróia, mortes, paixões avassaladoras e escolhas imprudentes cegadas pelo véu do contentamento. Permaneço apenas como "Helena de Esparta"
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Rivotril
Ela era importante. Era amiga. Era os pilares do meu ser. Era aquela que eu contava tudo. Nos momentos mais inéditos e importantes ela se encontrava sempre ao meu lado. Até quando eu operei a bosta de vesícula ela foi a única a me visitar. Estava sempre comigo desde que eu me entendo como gente. Nossa amizade superava os laços de sangue. Já estávamos inseridas uma na família da outra.
Por que o nosso castelo acabou? Será que ele sempre foi de areia e só a gente que não percebeu? Bastou uma simples onda para desmanchar a nossa fantasia. Uma vez destruído não há como voltar a ser como antes...nada é igual. Foi-se a onda, a areia do castelo e restou somente aquela criança sozinha na praia com os seus brinquedos. Desamparada, minha realidade caiu como as folhas no outono, inevitável. Ainda sinto a vontade de penetrar no mar, que levou tudo o que eu tinha, e nunca mais voltar a terras firmes. O choque foi tão profundo que hoje eu não durmo mais. Não durmo porque os sonhos já não são como os de antigamente. São sonhos escuros, que me fazem recordar o momento da onda abalando o nosso castelo.
Para você, querida, os sonhos devem ser maravilhosos, pois em sua presença está o mar. Contudo, para mim restou apenas os brinquedos, que nada exprimem. São muitos, porém não transmitem nenhum sentimento. São duros e apresentam sempre a mesma expressão: a de felicidade momentânea. Nenhum me cede segurança de algo concreto.
Pois é, você é a culpada por roubar da minha alma a ilusão de eternidade. Cai nas garras do real sórdido para nunca mais acordar, afinal dormir já não faz parte do meu cotidiano.
Não satisfeita com a minha sorte, você me deixou um belo presente, o rivotril. Agradeço pelo regalo, porque sem ele com certeza não estaria aqui jorrando essa confusão de confissões. Ele me controlou. Melhor, tornou-se o meu vicio; meu melhor amigo. É com ele que eu compartilho o meu ódio, minha raiva, meus desejos, minhas fantasias, meus brinquedos... Isto é, tudo que você abandonou na praia comigo. Não o troco por nada nesse mundo, nem mesmo por você ou pela onda. Há muitas outras. Vivo com essas outras, só não demonstro satisfação de estar com elas. Por quê? Simples, não acredito mais em fidelidade. Acredito apenas no poder do rivotril.
Por que o nosso castelo acabou? Será que ele sempre foi de areia e só a gente que não percebeu? Bastou uma simples onda para desmanchar a nossa fantasia. Uma vez destruído não há como voltar a ser como antes...nada é igual. Foi-se a onda, a areia do castelo e restou somente aquela criança sozinha na praia com os seus brinquedos. Desamparada, minha realidade caiu como as folhas no outono, inevitável. Ainda sinto a vontade de penetrar no mar, que levou tudo o que eu tinha, e nunca mais voltar a terras firmes. O choque foi tão profundo que hoje eu não durmo mais. Não durmo porque os sonhos já não são como os de antigamente. São sonhos escuros, que me fazem recordar o momento da onda abalando o nosso castelo.
Para você, querida, os sonhos devem ser maravilhosos, pois em sua presença está o mar. Contudo, para mim restou apenas os brinquedos, que nada exprimem. São muitos, porém não transmitem nenhum sentimento. São duros e apresentam sempre a mesma expressão: a de felicidade momentânea. Nenhum me cede segurança de algo concreto.
Pois é, você é a culpada por roubar da minha alma a ilusão de eternidade. Cai nas garras do real sórdido para nunca mais acordar, afinal dormir já não faz parte do meu cotidiano.
Não satisfeita com a minha sorte, você me deixou um belo presente, o rivotril. Agradeço pelo regalo, porque sem ele com certeza não estaria aqui jorrando essa confusão de confissões. Ele me controlou. Melhor, tornou-se o meu vicio; meu melhor amigo. É com ele que eu compartilho o meu ódio, minha raiva, meus desejos, minhas fantasias, meus brinquedos... Isto é, tudo que você abandonou na praia comigo. Não o troco por nada nesse mundo, nem mesmo por você ou pela onda. Há muitas outras. Vivo com essas outras, só não demonstro satisfação de estar com elas. Por quê? Simples, não acredito mais em fidelidade. Acredito apenas no poder do rivotril.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
E cai o pano
Tentei.
Tentei até mais do que podia...
Tentei mais pelos outros do que por mim mesma...
Tentei transcender daquilo que já estava postulado...
Tentei, tentei, tentei e não consegui. Por favor, não digam que eu não me esforcei, porque cada célula que me compõem trabalhou assiduamente nessa missão. Falhei como qualquer ser humano falha. Porém, não desejo tentar mais. Não busco visualizar além do horizonte. Estou farta de ansiar por aquilo que não se pode atingir. Digo até que o desejado aproxima-se mais de um sonho do que de uma missão, pois se assemelha a fantasias, imaginações, caprichos... Enfim, tudo aquilo que não existe. Oras, você certamente dirá que tudo isso jaz bem dentro de mim, no meu cotidiano. Direi que seus olhos te cegam e impedem de enxergar a minha alma. Só entenderá quem se fundir a mim. Assim, sentirá o que eu sinto. Viverá o que eu vivo. A impotência conviverá lado a lado com as suas vontades. Sentirá uma tolice impregnada em sua pele como manchas há muito presas em um tecido levemente guardado. Entenderá o motivo pelo qual não largo os meus remédios, meus vícios, minha vida...Fará um altar para me idolatrar, pois já não me verá como um ser distante, contudo me farei de espelho. Refletirei a imagem de um ser cansado de entender o cenário em que se esquadra. Cansado de viver sozinho em meio a tantas pessoas. Cansado de passar em mão e mão e não sentir o toque. Cansado de ter em seus braços prazeres falsos. Cansado de acreditar que sua vida é justa e real. Cansada de seu conto de fadas...
Tentei até mais do que podia...
Tentei mais pelos outros do que por mim mesma...
Tentei transcender daquilo que já estava postulado...
Tentei, tentei, tentei e não consegui. Por favor, não digam que eu não me esforcei, porque cada célula que me compõem trabalhou assiduamente nessa missão. Falhei como qualquer ser humano falha. Porém, não desejo tentar mais. Não busco visualizar além do horizonte. Estou farta de ansiar por aquilo que não se pode atingir. Digo até que o desejado aproxima-se mais de um sonho do que de uma missão, pois se assemelha a fantasias, imaginações, caprichos... Enfim, tudo aquilo que não existe. Oras, você certamente dirá que tudo isso jaz bem dentro de mim, no meu cotidiano. Direi que seus olhos te cegam e impedem de enxergar a minha alma. Só entenderá quem se fundir a mim. Assim, sentirá o que eu sinto. Viverá o que eu vivo. A impotência conviverá lado a lado com as suas vontades. Sentirá uma tolice impregnada em sua pele como manchas há muito presas em um tecido levemente guardado. Entenderá o motivo pelo qual não largo os meus remédios, meus vícios, minha vida...Fará um altar para me idolatrar, pois já não me verá como um ser distante, contudo me farei de espelho. Refletirei a imagem de um ser cansado de entender o cenário em que se esquadra. Cansado de viver sozinho em meio a tantas pessoas. Cansado de passar em mão e mão e não sentir o toque. Cansado de ter em seus braços prazeres falsos. Cansado de acreditar que sua vida é justa e real. Cansada de seu conto de fadas...
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